O STF decidiu,
no mês de novembro de 2016, que o aborto se realizado até o terceiro mês de
gestação não configura crime, criando um precedente sobre o assunto. Essa
decisão foi criticada por muitos, pois o STF teria agido como se fosse
legislador (teria saído de seu quadrado). Dentre os fundamentos utilizados na
decisão verifica-se o da necessidade de proteção da autonomia da mãe e o de
reduzir a prática de abortos clandestinos, os quais ocorreriam mesmo sendo
a conduta considerada crime. Sem discutir sobre os possíveis desacertos ou
acertos dessa decisão, vale menção à percepção de que parece soar um tanto
estranho o marco temporal: protegendo-se o feto/embrião somente se ele já tiver
três meses.
De qualquer
forma, achei aqui interessante compartilhar a história do médico Dr. Bernard
Nathanson, aos que não a conhecem. Na década de 1970 este renomado médico
dirigiu a maior clínica abortiva do mundo, o Centro de Saúde Sexual (CRANCH)
situado a leste de Nova Iorque. Sob as ordens do Dr. Bernard Nathanson teriam
sido praticados em torno de sessenta mil abortos. Ele pessoalmente teria
realizado aproximadamente cinco mil. Inclusive teria abortado seu próprio
filho.
Porém, com o
advento do aparelho de ultrassom, ainda naquela época, ao assistir à briga de
um feto pra permanecer no ventre da mãe o Dr. Bernard mudou de opinião e veio a
se tornar um grande militante contra o aborto. Morreu no ano de 2011.
Aos que possa
interessar, pesquisando-se por Bernard Nathanson no Google é possível encontrar
seus relatos e inclusive documentários de sua autoria.